sábado, 24 de março de 2012

"Temos de começar a Jantar à Mesa" - Leitura orientada

Um dos contos escolhidos para leitura obrigatória, no 8º Ano, é «Temos de começar a jantar à mesa» (de Alice Vieira; do livro Trisavó de Pistola à Cinta). Após a sua leitura, em sala de aula, num trabalho de interação entre alunos e professora, foi sendo construída, em simultâneo, em trabalho autónomo pelos alunos, a ficha de leitura, seguindo a seguinte estrutura: Ficha de leitura - modelo sugerido. Para a construção do comentário foi disponibilizado um guião que, sem ser obrigatório, se aconselhou que os alunos seguissem a fim de aprenderem a construir / treinarem a construção de comentários, conscientes de que comentar deva ser sempre  uma ação fundamentada.
Publicamos, a seguir, alguns dos comentários e, noutros casos, a ficha de leitura completa.

COMENTÁRIOS

No princípio deste conto, ficamos a conhecer algumas personagens como: a Carolina, o pai, a mãe, a avó, o Zé Pedro e Abigaíl Gusmán. Também ficamos a saber que a Carolina, o pai, a mãe, a avó e o Zé Pedro fazem parte da família, mas Abigaíl Gusmán é uma personagem da telenovela. No conto, vemos que, do 1º capítulo para o 2º, temos um recuo no tempo chamado analepse. Para mim Carolina não gostou muito da ideia de ter uma irmã mais velha e isso está muito explícito na seguinte frase: “ Estou mesmo a vê-la… Um sorriso à Claudia Schiffer, um andar anorético à Kate Moss… São as piores… ”
A televisão está sempre presente em todo o conto, pois existe uma ligação entre a vida desta família e o que se passa na telenovela. Como, por exemplo, quando Luís Fernando Montoya disse: “Hei de dar cabo de você Abigaíl Gusmán…”

Carolina era a menina do papá como se confirma esta frase: “Carolina sempre fora “a menina do seu pai””. Quando a família foi ao programa que filmava reencontros entre famílias e onde iam conhecer Felicidade, Carolina nem quis ir, pois os seus amigos iam gozar com ela. Então, Carolina sentia-se traída e zangada. No fim do conto, Carolina começou a ficar mais simpática com a situação e quando Felicidade não apareceu para jantar, até tanta animar o pai dizendo que Felicidade havia de voltar e o pai respondeu que a felicidade sempre lá tinha estado, ou seja, antes ou depois de Felicidade aparecer nas suas vidas eles já eram felizes. Eu acho que a última referência da telenovela dá a entender que a guerra e a aventura acabaram e põe um ponto final na história.
Ana Maria Silva, 8ºB


Neste conto existem várias personagens, como, por exemplo: Carolina, Zé Pedro, D. Helena (a mãe de Carolina e de Zé Pedro), o pai dos irmãos (cujo nome não é referido no texto), a avó Eduarda, etc. No primeiro capítulo, é logo referida a ligação que existe entre a vida real e a ficção, e que é muito forte. Já no segundo capítulo, tudo “anda” para trás (ocorre uma analepse). A relação entre a realidade e a ficção é referida e existente em toda a história. Para distinguir as falas das personagens do texto com as personagens da telenovela utilizam-se dois métodos: para as falas das personagens do conto usa-se travessão e para as falas das personagens da telenovela utilizam-se aspas.

Quando sabe que tem uma irmã, Carolina não fica nada contente com a situação. Ela até diz: “- Estou mesmo a vê-la… Um sorrisinho inocente à Claudia Schiffer, um andar anoréctico à Kate Moss… São as piores…”. Esta frase prova que Carolina não está mesmo nada satisfeita com tudo aquilo.
No capítulo quatro, é mostrado o sentimento que o pai e Carolina nutrem um pelo outro. Carolina começa a ter ciúmes do amor que o pai possa dar à filha mais velha, o que é comprovado com o seguinte excerto: “Mas o pai sorria q dizia que nunca se dá mimo a mais a uma filha. E ficavam os dois a olhar um para o outro, nem silêncio que só eles entendiam. E agora vinha a outra.”. Neste capítulo, é novamente mostrada a importância que a televisão tem na vida de Carolina, com a frase: “A avó Eduarda tem razão: deve estar a ver televisão a mais.”
Quando sabe que vai haver um programa que tem por objetivo reunir toda a família, Carolina opõe-se logo à ideia de ir. Vai dormir na casa da avó Eduarda. No terceiro, quarto e quinto parágrafos do sexto capítulo, a conjunção ou tem a função de intensificar uma ideia (a ideia é de que Carolina quer estragar aquele jantar).
No sétimo capítulo, Carolina pensa na hipótese de Felicidade não ir ao jantar e, só depois, sente-se culpada. É aí que se descobre que Felicidade não vai mesmo ao jantar. Para tentar animar o pai, Carolina diz que a sua “irmã” Felicidade há-de voltar e o pai responde-lhe que a felicidade sempre lá esteve. Com este diálogo o pai quer dizer que não é preciso que a Felicidade lá esteja para todos serem felizes.

Este conto acaba com mais uma referência à telenovela mexicana. A telenovela acaba de forma trágica, mas a vida real talvez não tanto, pois afinal a Felicidade poderá voltar a qualquer momento.

Na minha opinião, a televisão é importante nas nossas vidas, pois informa-nos, entretém-nos, faz-nos pensar e descobrir o mundo. Eu utilizo a televisão para ver filmes, séries e desenhos animados. No tempo de aulas, estou em frente à televisão cerca de 5 horas por semana, mas no tempo de férias dedico-lhe mais tempo. A televisão tanto pode ser benéfica ou prejudicial. Para quem passa muito tempo “agarrado” ao televisor, pode tornar-se mesmo “viciado” e os efeitos podem ser desfavoráveis. Para quem apenas vê um pouco, de vez em quando, não faz tanto mal, pois, à partida, é apenas por distração.


Madalena Castro, 8ºB 



Eu gostei desta história … É uma família diferente e com os seus problemas e isso chama a atenção do leitor.

Carolina, Avó, Felicidade, Pai, Mãe e o Zé Pedro, são as personagens principais e constituem uma família, em que os acontecimentos parecem estar em sintonia com os da telenovela mexicana que veem, em que Abigaíl Gusman, Luís Fernando Montoya e Manfredo Loriente são as personagens centrais. Esta sintonia entre os factos reais e da televisão acontece ao longo de toda a história e é algo diferente e muito interessante.
Do 1º para o 2º capítulo acontece uma analepse, pois os acontecimentos retrocedem uns dias para explicar a história.
Quando Carolina soube que tinha uma irmã mais velha ficou espantada e não conseguia dizer nada, pois só lhe vinham preocupações sem nexo à cabeça.
Carolina ficou com ciúmes uma vez que tinha sido sempre a “menina do papá” e agora chegara Felicidade e o pai estava a dar-lhe muito amor e nem parecia a mesma pessoa. Carolina até chegou mesmo a sonhar que o pai acariciava Abigaíl Gusman, a personagem da telenovela que para ela representava a sua irmã, e que Luís Fernando Montoya jurava vingança a quem se metesse no caminho da sua felicidade. Este sonho demostra que a telenovela tinha bastante influência na vida de Carolina e no que acontecia.
A família até chegou a ir a um programa de televisão mas Carolina não quis ir, pois tinha medo que os seus colegas gozassem com ela.
Carolina ao ver a mesa de jantar posta, o que não costumava acontecer, só teve intenções infantis, e, no texto, ao usar a palavra “ou”, numa repetição, vemos como Carolina estava tão chateada e com vontade de fazer fosse o que fosse.
Mas os sentimentos de Carolina estavam a mudar, quando a meio do programa Felicidade parecia ser a única a achar que as coisas iam rápido demais. No entanto, esse era um sentimento que Carolina não queria sentir.
No final, Carolina sente-se culpada e até tenta alegrar o pai ao dizer que um dia Felicidade ira voltar.
Depois de tantas peripécias Carolina e a sua família continuam as suas vidas e veem que sempre tiveram o que precisaram. E, mesmo depois da novidade de haver um novo elemento na família, eles ultrapassaram as dificuldades juntos…
Foi uma história muito divertida e interessante.


Lara Trindade, 8ºA


Esta história contem bastantes personagens, entre as quais, algumas reais e outras de ficção que neste caso entravam numa telenovela. Carolina, Zé Pedro, a mãe, o pai, Felicidade e a avó Eduarda são personagens reais e Abigail Gusman, Luís Fernando Montoya e Manfredo Loriente são personagens de ficção.

As falas da telenovela e as das personagens são bastantes fáceis de distinguir pois as das personagens são apresentadas com um ‘ - ’ e as da telenovela são contadas a partir do narrador.
Segundo o 4º Capítulo, Carolina não ficou nada satisfeita com a ideia de ter uma irmã, pois toda a gente lhe dizia que o pai lhe dava mimo e mais e que ela era a menina do papá, logo ela tinha medo que Felicidade lhe viesse roubar o lugar. Outra coisa bastante interessante, neste conto, é que a telenovela mexicana é sempre mencionada consoante os acontecimentos que se sucedem na “vida real”. Sempre que acontece alguma coisa mais importante, existe praticamente sempre uma referência à telenovela.
No Capítulo 6, o programa a que Carolina não vai assistir tem como objetivo a união de famílias que não se veem há muito tempo.
Em relação ao 7º e último Capítulo, Carolina começou a sentir-se um pouco culpada, pois começou a achar que foi por causa das suas ‘más energias’ que Felicidade não foi ao jantar. No final, Carolina tentou animar o pai, porque devido o facto de se sentir um pouco culpada, ela achava que o devia fazer.
Este conto termina com a morte de Luís Fernando Montoya o que para mim é um bom fim pois dá a ideia que o ‘pesadelo’ acabou. Por exemplo, na telenovela Abigail Gusman fica sem o seu vilão, e neste caso, Carolina fica sem a irmã, pois Felicidade achava que era muito cedo para voltar a unir a família.
Para mim, a televisão é importante, porque é a partir dela que temos todas as notícias do mundo, onde podemos ocupar o nosso tempo a ver programas de que gostemos entre imensas outras coisas… A televisão não tem só coisas boas, por vezes, as pessoas começam a adotar uma vida sedentária devido às televisões e também porque por vezes pode fazer mal aos olhos. Normalmente, vejo televisão uma meia hora por dia, eu sei que é muito, mas sempre que começo a ver televisão parece que existe sempre mais programas interessantes…

Madalena Geraldes, 8ºA



FICHAS DE LEITURA 

Inês Cordeiro, 8ºB

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Damiana Mateus, 8ºA

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Leonor Ferreira, 8ºA

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