Convidámos..., no Projeto "Ler, lazer e aprender" - Reportagem
Na 2ª Edição do DiNotícias, o jornal do nosso Agrupamento, foi publicada a reportagem do Pedro Quintans (7ºA), a propósito de "Convidámos... À conversa com", atividade desenvolvida no âmbito do projeto de leitura "Ler, lazer e aprender". Publicamos aqui o texto na íntegra. Na foto ao lado, podem ver o aspeto do artigo, no jornal, na página 13, secção Acontece.
Mais uma das
atividades do projeto “Ler, Lazer e Aprender já está em vigor: “Convidámos… À
conversa com.” O objetivo é levar à sala de aula pessoas da comunidade
educativa para partilharem a sua experiência com a leitura.
No dia 7 de fevereiro
a actividade arrancou com a presença, na nossa sala de aula (7ºA) da professora
Ana Isabel Alves, a nossa professora de Inglês. Contou-nos como tinha começado
a adquirir o gosto pela leitura.
No dia 14 de Fevereiro,
tivemos outro convidado: Joaquim Silva, pai da Filipa e da Joana Silva e que
nos veio falar sobre os “livros da sua
vida”.
Começou por referir
que, no dia anterior, as suas filhas lhe tinham pedido: “Pai não nos envergonhes!” Soltaram-se
gargalhadas e desde aí criou-se um ambiente mais apelativo.
Joaquim Silva começou a ler livros de
Banda Desenhada do Mickey, Tio Patinhas e Pato Donald pelas das carrinhas
ambulantes da Gulbenkian que circulavam de tempos a tempos pelas aldeias: “Era
um dia muito aguardado quando a carrinha chegava à aldeia.” – testemunhou
Acrescenta que gosta de ler, mas que não lhe agradam muito os livros de
romance. A sua preferência é sobre livros técnicos e biografias. Depois ficámos
a saber que, quando acabou de estudar, perdeu um pouco o hábito da leitura, e
que lia apenas meros folhetos e jornais. Disse-nos, ainda que, neste momento,
está a ler a biografia de Fidel Castro.
Deu-nos vários conselhos,
entre os quais que o importante é ler, seja o que for, “porque quanto maior for
o alargamento dos horizontes da leitura mais rico fica o nosso conhecimento”.
Depois, houve uma parte em que pudemos fazer algumas perguntas e ficámos a
saber, por exemplo, que a carrinha com os livros só passava de três em três
semanas e que não havia o hábito de trocar de livros, uma vez que cada um tinha
de ser responsável pelo seu próprio livro. Uma das últimas perguntas era sobre
o livro mais marcante. Ficámos a saber que, até hoje, o livro que mais o marcou
foi: Manual
do Comportamento Humano.
No dia 17 de fevereiro,
recebemos mais um convidado. Chama-se Pedro Lino, anda na Universidade do
Algarve e poderá dizer-se que já é experiente neste mundo da escrita e da
leitura, uma vez que já escreveu e publicou um livro, em 2010 : A
Vida é uma boia. É primo do nosso colega Francisco Marques.
Fez questão de começar
a explicar o significado do título do seu livro, apelando à nossa participação
e, pela maneira de falar e de se expressar, nota-se que está muito à vontade e
que é muito culto.
É de relatar que tanto
o Sr. Joaquim Silva como o Pedro Lino têm livros de referência na infância: As
Gémeas, Anita, Tio Patinhas, A Turma da Mónica e Os Cinco.
O Pedro falou-nos de
alguns dos seus escritores preferidos. Por exemplo, José Saramago, Nobel da
Literatura, 1998. Segundo o Pedro, “As pessoas, às vezes, dizem que não gostam
de Saramago, porque não tem pontuação mas tem! Só que José Saramago tem uma
forma muito especial de pontuar. Apenas utiliza a vírgula e o ponto final.
Acrescentou, ainda, que José Saramago tinha também um grande sentido de humor
apesar das pessoas o verem como uma pessoa muito séria.
Aconselhou-nos a dar
uma “olhadela” no escritor Rui Zink e no seu livro Aníbal leitor, que trata
de um rapaz que não gostava de ler, mas que aprendeu a gostar. Deixou-nos este
conselho:
“Não se sintam obrigados a ler mas entrem numa biblioteca e encontrem os seus escritores favoritos, vão à procura!”
E, de novo, na parte
final, pudemos fazer algumas perguntas.
Um colega perguntou ao
nosso convidado se tinha em mente escrever mais livros. O Pedro respondeu da
seguinte forma: -“Um livro é como um filho faz-se e pergunta-se quando vem o
outro!” Outra pergunta que foi feita prendia-se com o livro que já tinha
escrito e procurámos saber como tinha surgido a ideia de escrever um livro.
Ficámos a saber que os amigos tinham tido um papel muito importante, nesse processo, já que tinham sido eles que o
tinham incentivado. Até porque “No
início comecei a fazê-lo por brincadeira, mas depois…”
O livro preferido de
Pedro Lino é As intermitências da Morte, de José Saramago, pois esse livro
dá-nos outra visão do que é a morte. Segundo as suas próprias palavras: “Morrer
é bom, já pensaste o que é ficares sempre vivo, com doenças, velho!?” À
pergunta se já tinha lido o mesmo livro duas vezes, disse-nos: -“Sim, como é óbvio,
quando lemos um livro que é bom temos sempre vontade de lê-lo outra vez!”
Terminámos este encontro, querendo saber se o Pedro já tinha pensado em ser
escritor para a vida toda. Disse-nos que aquela era uma boa pergunta. E que,
claro, “gostava de ser escritor, mas é muito difícil aqui, em Portugal, pois
temos escritores muito bons! Se fosse era um excelente sinal, mas apenas vejo a
escrita como um hobby.”
Para já esta atividade
está a ser muito interessante, uma vez que ficamos a saber como é que os outros
lidam com a leitura, de que forma começaram a ler e quais os seus interesses.
Pedro
Quintans, 7ºA
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