Um dos contos escolhidos para leitura obrigatória, no 8º Ano, é «Temos de começar a jantar à mesa» (de Alice Vieira; do livro Trisavó de Pistola à Cinta). Após a sua leitura, em sala de aula, num trabalho de interação entre alunos e professora, foi sendo construída, em simultâneo, em trabalho autónomo pelos alunos, a ficha de leitura, seguindo a seguinte estrutura: Ficha de leitura - modelo sugerido. Para a construção do comentário foi disponibilizado um guião que, sem ser obrigatório, se aconselhou que os alunos seguissem a fim de aprenderem a construir / treinarem a construção de comentários, conscientes de que comentar deva ser sempre uma ação fundamentada.
Publicamos, a seguir, alguns dos comentários e, noutros casos, a ficha de leitura completa.
Publicamos, a seguir, alguns dos comentários e, noutros casos, a ficha de leitura completa.
COMENTÁRIOS
No princípio deste conto, ficamos a
conhecer algumas personagens como: a Carolina, o pai, a mãe, a avó, o Zé Pedro
e Abigaíl Gusmán. Também ficamos a saber que a Carolina, o pai, a mãe, a avó e
o Zé Pedro fazem parte da família, mas Abigaíl Gusmán é uma personagem da
telenovela. No conto, vemos que, do 1º capítulo para o 2º, temos um recuo no
tempo chamado analepse. Para mim Carolina não gostou muito da ideia de ter uma
irmã mais velha e isso está muito explícito na seguinte frase: “ Estou mesmo a
vê-la… Um sorriso à Claudia Schiffer, um andar anorético à Kate Moss… São as
piores… ”
A
televisão está sempre presente em todo o conto, pois existe uma ligação entre a
vida desta família e o que se passa na telenovela. Como, por exemplo, quando Luís
Fernando Montoya disse: “Hei de dar cabo de você Abigaíl Gusmán…”
Ana Maria Silva, 8ºB
Madalena Castro, 8ºB
Lara Trindade, 8ºA
Neste conto existem várias personagens, como, por exemplo: Carolina, Zé
Pedro, D. Helena (a mãe de Carolina e de Zé Pedro), o pai dos irmãos (cujo nome
não é referido no texto), a avó Eduarda, etc. No primeiro capítulo, é logo
referida a ligação que existe entre a vida real e a ficção, e que é muito
forte. Já no segundo capítulo, tudo “anda” para trás (ocorre uma analepse). A
relação entre a realidade e a ficção é referida e existente em toda a história.
Para distinguir as falas das personagens do texto com as personagens da
telenovela utilizam-se dois métodos: para as falas das personagens do conto
usa-se travessão e para as falas das personagens da telenovela utilizam-se
aspas.
Quando sabe que tem uma irmã, Carolina não fica nada contente com a
situação. Ela até diz: “- Estou mesmo a vê-la… Um sorrisinho inocente à Claudia
Schiffer, um andar anoréctico à Kate Moss… São as piores…”. Esta frase prova
que Carolina não está mesmo nada satisfeita com tudo aquilo.
No capítulo quatro, é mostrado o sentimento que o pai e Carolina nutrem um
pelo outro. Carolina começa a ter ciúmes do amor que o pai possa dar à filha
mais velha, o que é comprovado com o seguinte excerto: “Mas o pai sorria q
dizia que nunca se dá mimo a mais a uma filha. E ficavam os dois a olhar um
para o outro, nem silêncio que só eles entendiam. E agora vinha a outra.”.
Neste capítulo, é novamente mostrada a importância que a televisão tem na vida
de Carolina, com a frase: “A avó Eduarda tem razão: deve estar a ver televisão
a mais.”
Quando sabe que vai haver um programa que tem por objetivo reunir toda a
família, Carolina opõe-se logo à ideia de ir. Vai dormir na casa da avó
Eduarda. No terceiro, quarto e quinto parágrafos do sexto capítulo, a conjunção
ou tem a função de intensificar uma
ideia (a ideia é de que Carolina quer estragar aquele jantar).
No sétimo capítulo, Carolina pensa na hipótese
de Felicidade não ir ao jantar e, só depois, sente-se culpada. É aí que se
descobre que Felicidade não vai mesmo ao jantar. Para tentar animar o pai,
Carolina diz que a sua “irmã” Felicidade há-de voltar e o pai responde-lhe que
a felicidade sempre lá esteve. Com este diálogo o pai quer dizer que não é preciso que a Felicidade lá esteja para todos serem felizes.
Este conto acaba com mais uma referência à telenovela mexicana. A
telenovela acaba de forma trágica, mas a vida real talvez não tanto, pois
afinal a Felicidade poderá voltar a qualquer momento.
Na minha opinião, a televisão é importante nas
nossas vidas, pois informa-nos, entretém-nos, faz-nos pensar e descobrir o
mundo. Eu utilizo a televisão para ver filmes, séries e desenhos animados. No
tempo de aulas, estou em frente à televisão cerca de 5 horas por semana, mas no
tempo de férias dedico-lhe mais tempo. A televisão tanto pode ser benéfica ou
prejudicial. Para quem passa muito tempo “agarrado” ao televisor, pode
tornar-se mesmo “viciado” e os efeitos podem ser desfavoráveis. Para quem
apenas vê um pouco, de vez em quando, não faz tanto mal, pois, à partida, é
apenas por distração.
Eu
gostei desta história … É uma família diferente e com os seus problemas e isso
chama a atenção do leitor.
Carolina,
Avó, Felicidade, Pai, Mãe e o Zé Pedro, são as personagens principais e constituem
uma família, em que os acontecimentos parecem estar em sintonia com os da
telenovela mexicana que veem, em que Abigaíl Gusman, Luís Fernando Montoya e
Manfredo Loriente são as personagens centrais. Esta sintonia entre os factos
reais e da televisão acontece ao longo de toda a história e é algo diferente e
muito interessante.
Do
1º para o 2º capítulo acontece uma analepse, pois os acontecimentos retrocedem
uns dias para explicar a história.
Quando
Carolina soube que tinha uma irmã mais velha ficou espantada e não conseguia
dizer nada, pois só lhe vinham preocupações sem nexo à cabeça.
Carolina
ficou com ciúmes uma vez que tinha sido sempre a “menina do papá” e agora
chegara Felicidade e o pai estava a dar-lhe muito amor e nem parecia a mesma
pessoa. Carolina até chegou mesmo a sonhar que o pai acariciava Abigaíl Gusman,
a personagem da telenovela que para ela representava a sua irmã, e que Luís
Fernando Montoya jurava vingança a quem se metesse no caminho da sua
felicidade. Este sonho demostra que a telenovela tinha bastante influência na
vida de Carolina e no que acontecia.
A
família até chegou a ir a um programa de televisão mas Carolina não quis ir,
pois tinha medo que os seus colegas gozassem com ela.
Carolina
ao ver a mesa de jantar posta, o que não costumava acontecer, só teve intenções
infantis, e, no texto, ao usar a palavra “ou”, numa repetição, vemos como
Carolina estava tão chateada e com vontade de fazer fosse o que fosse.
Mas
os sentimentos de Carolina estavam a mudar, quando a meio do programa
Felicidade parecia ser a única a achar que as coisas iam rápido demais. No
entanto, esse era um sentimento que Carolina não queria sentir.
No
final, Carolina sente-se culpada e até tenta alegrar o pai ao dizer que um dia
Felicidade ira voltar.
Depois
de tantas peripécias Carolina e a sua família continuam as suas vidas e veem
que sempre tiveram o que precisaram. E, mesmo depois da novidade de haver um
novo elemento na família, eles ultrapassaram as dificuldades juntos…
Foi
uma história muito divertida e interessante.
Lara Trindade, 8ºA
Esta história contem bastantes personagens, entre as quais, algumas
reais e outras de ficção que neste caso entravam numa telenovela. Carolina, Zé
Pedro, a mãe, o pai, Felicidade e a avó Eduarda são personagens reais e Abigail
Gusman, Luís Fernando Montoya e Manfredo Loriente são personagens de ficção.
As falas da telenovela e as das personagens são bastantes fáceis de
distinguir pois as das personagens são apresentadas com um ‘ - ’ e as da
telenovela são contadas a partir do narrador.
Segundo o 4º Capítulo, Carolina não ficou nada satisfeita com a ideia
de ter uma irmã, pois toda a gente lhe dizia que o pai lhe dava mimo e mais e
que ela era a menina do papá, logo
ela tinha medo que Felicidade lhe viesse roubar o lugar. Outra coisa bastante
interessante, neste conto, é que a telenovela mexicana é sempre mencionada
consoante os acontecimentos que se sucedem na “vida real”. Sempre que acontece
alguma coisa mais importante, existe praticamente sempre uma referência à
telenovela.
No Capítulo 6, o programa a que Carolina não vai assistir tem como objetivo
a união de famílias que não se veem há muito tempo.
Em relação ao 7º e último Capítulo, Carolina começou a sentir-se um
pouco culpada, pois começou a achar que foi por causa das suas ‘más energias’
que Felicidade não foi ao jantar. No final, Carolina tentou animar o pai,
porque devido o facto de se sentir um pouco culpada, ela achava que o devia
fazer.
Este conto termina com a morte de Luís Fernando Montoya o que para mim
é um bom fim pois dá a ideia que o ‘pesadelo’ acabou. Por exemplo, na
telenovela Abigail Gusman fica sem o seu vilão, e neste caso, Carolina fica sem
a irmã, pois Felicidade achava que era muito cedo para voltar a unir a família.
Para mim, a televisão é importante, porque é a partir dela que temos
todas as notícias do mundo, onde podemos ocupar o nosso tempo a ver programas
de que gostemos entre imensas outras coisas… A televisão não tem só coisas
boas, por vezes, as pessoas começam a adotar uma vida sedentária devido às
televisões e também porque por vezes pode fazer mal aos olhos. Normalmente,
vejo televisão uma meia hora por dia, eu sei que é muito, mas sempre que começo
a ver televisão parece que existe sempre mais programas interessantes…
Madalena Geraldes, 8ºA
FICHAS DE LEITURA
Inês Cordeiro, 8ºB
Inês Cordeiro, 8ºB